INÁCIO ARAÚJO (Critica)
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- DirectorStanley KubrickStarsRyan O'NealMarisa BerensonPatrick MageeAn Irish rogue wins the heart of a rich widow and assumes her dead husband's aristocratic position in 18th-century England.*****
''Há filmes que, quando vê, o espectador tem vontade de fazer igual, isto é, fazer filme. Há outros que, ao contrário, inibem, desanimam. Dessa segunda categoria, costumam fazer parte os longas do diretor Stanley Kubrick, como "Barry Lyndon". São empreitadas ambiciosas pelo lado intelectual e enormes pelo material. Aqui, o relato das aventuras do malandro Barry Lyndon vem guarnecido do uso audaz do steady cam acompanhando o avanço de um exército com a câmera junto a um terreno irregular e sem trepidações. Mais espetacular ainda é o uso de lentes especiais para que o filme pudesse ser iluminado à luz de velas. Mais espetacular ou mais maneirista? De todo modo, Stanley Kubrick, às vezes, nos afasta um pouco de seu objeto, como se entre ele e nós se interpusesse a arte.'' (* Inácio Araujo *) - DirectorRoger CormanStarsShelley WintersDon StroudPat HingleA psychologically disturbed matriarch presides over her damaged family of bank-robbing misfits.*****
''A lendária Senhora Barker aterroriza a Chicago dos anos 30. Mulher durona, analfabeta, violentada pelos próprios irmãos, ela jurou que teria filhos e os prepararia para serem os melhores e maiores criminosos do país. Os Cinco de Chicago", o título é um mistério, já que Ma Barker (Sheley Winters), a mamãe sangrenta do título original (Bloody Mama), vai com seus filhos do Arkansas ao Mississipi e a Flórida. Nem chega perto de Chicago. Mas até a violenta Chicago ficaria assombrada com a violência dessa senhora, neste ótimo Corman.'' (* Inácio Araujo *) - DirectorStanley KubrickStarsTom CruiseNicole KidmanTodd FieldA Manhattan doctor embarks on a bizarre, night-long odyssey after his wife's admission of unfulfilled longing.*****
''De olhos Bem Fechados" é um desses filmes que me deixam a impressão de não ter entendido de todo, ou direito. É como se o protagonista (Tom Cruise) nos levasse com ele para dentro de um sonho. Stanley Kubrick fez coisas formidáveis, como mostrar Nicole Kidman no banheiro: nada grosseiro ou ofensivo. Um gesto da vida. E há o rico Dr. Cruise, os cenários estranhos que frequenta, seu Tom de pesadelo, de perversão e erotismo. Há tanto nesse Kubrick, seu último e vertiginoso filme, que não raro é possível sentir-se arrastado num labirinto em que, entre outras, estrelas viram seres comuns.'' (* Inácio Araujo *)
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''Bela noite para apreciar o cinema de Stanley Kubrick (1928-1999), um cineasta que filmava pouco, mas que tinha o rigor como centro de seus trabalhos (para não falar do talento, que é de uma obviedade assustadora). Retorna de uma tacada três belos filmes: "De Olhos Bem Fechados", 2001 - Uma Odisseia no Espaço e Laranja Mecânica. São histórias bem diferentes (o que era típico de Kubrick). A segunda é para a eternidade (ou sobre ela, em todo caso), a terceira, sobre um momento específico do humano. A primeira talvez seja um testamento e uma reflexão sobre os nossos hábitos. Mas todas se dão bem com as grande-angulares, as lentes preferidas do autor.'' (** Inácio Araujo **)
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''Até onde me lembro, Stanley Kubrick não era um cineasta do desejo: a violência, a degradação do homem civilizado, a solidão são muito mais presentes em seus filmes. "De Olhos Bem Fechados" é uma incursão fascinante nesse universo, a partir da história do casal que, em vista de suas fantasias, se vê transportado a um ambiente onírico, onde a sexualidade irrompe num clima sensual e assustador'' (*** Inácio Araujo ***) - DirectorHoward HawksStarsJohn WayneElsa MartinelliHardy KrügerA group of men trap wild animals in Africa and sell them to zoos before the arrival of a female wildlife photographer threatens to change their ways.*****
''No tempo em que a "Sessão da Tarde" da Globo era capaz de formar uma geração de cinéfilos, lá pelos anos 1970, 1980, "Hatari!" era uma referência. Depois, veio a concorrência entre canais, os abacaxis, e o público que pôde migrou para a TV paga. Por uns tempos. Agora, o que mais tem são nulidades. De vez em quando reaparece um "Hatari!" e, com ele, a aventura das caçadas, o perigo, o amor. Quase todo filme tem, dirá alguém. Ok. Mas, raramente, num filme como este de Howard Hawks, um longa-metragem em que não desgrudamos o olho da tela, mas onde não há mais que um esqueleto de história, que permite seguir em frente. Isto é, em suma, a arte de fazer cinema." (* Inácio Araujo *)
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"Hatari!" não podia ser senão um filme improvisado, pois, como dizia Howard Hawks, seu diretor e produtor, não se pode jamais saber o que fará um rinoceronte durante uma caçada. Portanto, a vida desses caçadores é feita de imprevistos e improvisos, como a dos cineastas, no caso. Sabe-se que para Hawks o maior imprevisto na vida de um homem é uma mulher. Ela surge aqui na pele de Elza, a fotógrafa enviada pelo zoológico para o qual trabalham os caçadores. John Wayne, o líder deles, gostaria de vê-la à distância, mas não pode. Vai, é claro, apaixonar-se pela garota. O filme tem uma estrutura moderníssima: uma série de cenas de caça, no meio das quais se desenvolve a história. Ou antes, um núcleo de eventos que pode até, por vezes, desembocar numa história. Mas a estrutura é deliberadamente frouxa, abre-se a todas as mudanças de roteiro possíveis. Melhor, porque assim um filme que em vários aspectos foi pensado para se parecer com outros filmes de Hawks não se parece com nenhum, nem com Rio Vermelho, nem com Uma Garota em Cada Porto. Essa liberdade foi permitindo captar as coisas à medida que aconteciam. E suprimir o que falhava, como Michèle Girardon, atriz que faz Brandy. Há quem diga que o papel murchou porque ela não deu bola ao assédio do diretor. O tempo provou que, à parte disso, Girardon era uma atriz fraca." (** Inácio Araujo **) - DirectorAbbas KiarostamiStarsHossain SabzianMohsen MakhmalbafAbolfazl AhankhahThe true story of Hossain Sabzian, a cinephile who impersonated the director Mohsen Makhmalbaf to convince a family they would star in his so-called new film.*****
''Os filmes de Abbas Kiarostami são como um espelho: eles nos devolvem exatamente aquilo que lhe enviamos. Exemplar a esse respeito é Shirin, apaixonante obra em que tudo o que vemos é um grupo de mulheres que assiste a um filme. Escutamos o som desse filme, o diálogo, as músicas. Mas nenhuma imagem. Sabemos o que é o filme pela reação da plateia. Ou antes, sabemos apenas quais são as reações da plateia, não o que é o filme. A estratégia de Kiarostami é a do silêncio. Diferente do filme clássico, que chamava o espectador para dentro da ação, da qual ele participava intensamente, de maneira emocional (torcendo contra o vilão, identificando-se ao mocinho, etc.), diferente também do moderno, que aspirava a dizer algo, a levar o espectador a pensar a respeito do que via na tela. Já os filmes de Kiarostami assemelham-se aos óculos escuros que costuma usar: quem procura decifrar o que está por trás deles só vê o reflexo de sua própria imagem. Muito próximo do japonês Yasujiro Ozu, a quem dedicou Five, Kiarostami se afirma como um dos grandes criadores do cinema contemporâneo, talvez o maior, pelo tipo de relação inusitada que propõe ao público. Em vez o amálgama público-tela da era clássica; em vez da divisão entre filme e plateia do filme moderno, o iraniano propõe um novo tipo de relação, em que existem o filme, a tela e a plateia. Esse é o mistério de Shirin: essas três instâncias precisam se encontrar para que o espetáculo exista de fato. Isto é, o filme é projetado na tela do cinema. Mas, se o espectador não entra em contato efetivo com ele, é como se o espelho ficasse escuro, não refletisse imagem nenhuma. Os filmes de Abbas Kiarostami produziram no público um efeito muito particular: metade da sala saía revoltada, enquanto a outra seguia apaixonadamente a exibição do filme. A reação de quem sai não é a de quem viu um filme péssimo (como acontece com os filmes de Manoel de Oliveira, ou Apichatpong ou qualquer outro). É um pouco diferente: esse espectador sai como se não tivesse visto nada. Como se na tela não passasse um filme. A estratégia do silêncio de Kiarostami, reenvia o filme ao espectador pelas formas do suspense (Onde Fica a Casa do Meu Amigo?), do documentário ("Close-Up"), da repetição (Através das Oliveiras), da incompletude (Um Alguém Apaixonado, que não tem final e nem início). Em todos os registros, Kiarostami se revela um mestre indispensável da narrativa contemporânea. Inútil será procurar, em seus filmes, o Irã, a política ou um eventual exotismo. A obra que esta retrospectiva dedica-se propõe, em troca, a um raro encontro entre o mistério e a evidência.'' (* Inácio Araujo *) - DirectorStanley KubrickStarsMatthew ModineR. Lee ErmeyVincent D'OnofrioA pragmatic U.S. Marine observes the dehumanizing effects the Vietnam War has on his fellow recruits from their brutal boot camp training to the bloody street fighting in Hue.*****
"É sempre bom rever "Nascido Para Matar", o último grande filme de Stanley Kubrick. A primeira metade é a mais interessante e resgata um dos temas preferidos dele, a individualidade ameaçada por um Big Brother opressor. É um exercício de sadismo kubrickiano, mostrando o treinamento de soldados e o impacto psicológico. Um filme de querra sem guerra." (* Inácio Araujo *) - DirectorRichard BrooksStarsDiane KeatonRichard GereTuesday WeldA dedicated schoolteacher spends her nights cruising bars, looking for abusive men with whom she can engage in progressively extreme sexual encounters.*****
''A Procura de Mr. Goodbar" é talvez a primeira e possivelmente uma das últimas vezes que a sexualidade feminina foi vista como um aspecto normal da existência. Pode-se aegumentar que não chega a ser normal a trajetória de Diane Keaton, que após ser abandonada por um homem, encosta os preconceitos católicos e busca o prazer de cada dia, enfretando bravamente a selva machista. O que a torna única é o fato dessa mulher já não ser a mulher fatal do passado (memo que possa fazer estragos), nem uma militante feminista que faz da cama um campo de batalha da guerra dos sexos. Ela passa ao largo desses clichês, e é isso o que faz interessante, antes de mais nada, este filme de Richard Brooks.''] (* Inácio Araujo *)
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''A Procura de Mr. Goodbar é um bom filme. É um desses filmes que deixam boa impressão, mas escapam a memmória. Há Diane Keaton, que sempre é uma garantia, e Richard Brooks, um bom realizador.'' (** Inácio Araujo **)
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''Um estranho filme e uma estranha personagem, já que Theresa Dunn (Keaton) é, de dia, uma educadora e, de noite, procura nos bares para solteiros um homem que responda a suas inquietações existenciais. Essa busca do equilíbrio por meio do desequilíbrio faz de Theresa muito mais que um personagem feminista (embora sua origem, o peso do catolicismo dos pais, induza a crer nisso). Isto é, ela não deixa de representar o feminismo, mas há algo de trágico que a leva mais longe. E Diane Keaton ajuda o personagem a viver. Filme convulsivo, desequilibrado, mas belíssimo.'' (*** Inácio Araujo ***) - DirectorStanley KubrickAnthony MannStarsKirk DouglasLaurence OlivierJean SimmonsThe slave Spartacus survives brutal training as a gladiator and leads a violent revolt against the decadent Roman Republic, as the ambitious Crassus seeks to gain power by crushing the uprising.*****
''Se "Spartacus" tornou-se o superespetáculo preferido das esquerdas do mundo, isso se deve sobretudo a seu tema: uma revolta de escravos contra Roma. A seu tempo, porém, "Spartacus" tinha algo mais para seduzir os descontentes com o regime capitalista. As superproduções era uma arma política apontada contra qualquer progressismo. As batalhas envolvam os romanos (portanto pagãos,portanto ateus, portanto comunistas) contra judeus ou cristãos. "Spartacus" foi episódio em que oprimidos se opõem aos poderosos. A beleza das alegorias, ninguém as entende, nem as de direita, nem as de esquerda, e Stanley Kubrick e Kirk Douglas puderam tocar a vida.'' (* Ináco Araujo *)
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''Spartacus" pode ser um modo de lembrar que hoje é preciso pagar pela farra dos dias passados. Não que seja um mau filme, longe disso: tudo é forte na história da revolta dos escravos da Roma Antiga, uma espécie de paradigma de todas as revoltas sociais. Mas, justamente por isso, o filme mostra, do homem, o melhor e o pior: o sentido de liberdade e o desejo de opressão. Mesmo sem ser um projeto pessoal de Stanley Kubrick, pode-se pensar nele como um.'' (** Inácio Araujo **)
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''Há duas maneiras de encerrar o primeiro de Maio: uma delas é assistindo "Spartacus". O fato de ser escrito por Dalton Trumbo sobre um livro de Howard Fast, portanto afina flor do comunismo literário americano, não é gratuito. Foi Kirk Douglas quem defendeu esses campeões da Lista Negra e quem confiou o filme a Stanley Kubrick, cujas ideias fortes se chocaram com o ator. Nem por isso ai resultou um mal espetáculo.'' (*** Inácio Araujo ***)
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''Jean Simmons não era apenas uma boa atriz. Foi a atriz oficial das superproduções envolvendo Roma. Normalmente ela era a boa cristã que amava um romano que vivia feliz da vida até que resolvia se converter e a vida dele virava um inferno. Em linhas gerais era isso. Em "Spartacus", ela é a garota enviada pelos romanos para satisfazer o gladiador Spartacus. Este se recusa a transar com ela dessa forma. Inútil dizer: Varinia, a moça, acompanhará o ex-gladiador em seu destino depois que ele passa a comandar a rebelião de escravos contra o Império Romano, por volta do século 1º a.C. Jean era o mais perto possível do cristianismo. O filme foi escrito por Dalton Trumbo a partir de um romance de Howard Fast. Ambos comunistas de carteirinha. Stanley Kubrick não era, mas era bem esquerdista. Se fosse hoje e por aqui, essa galera toda estava na mira.'' (**** Inácio Araujo ****)
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''Spartacus" narra a história de uma revolta de escravos na Roma antiga. Ou seja, uma revolta sem esperança: seu inimigo era o império mais poderoso de seu tempo; talvez de todos os tempos. Percebe-se o traço marxista – em versão americana da Guerra Fria, tendo como mediadores os escritores comunistas Howard Fast e Dalton Trumbo, ambos cientes de que lutavam uma luta perdida (comunistas nos EUA). Ao mesmo tempo, e por isso, trabalhando dentro do valor por excelência do cinema americano: a ética. "Spartacus" é produto dessas contradições e talvez por isso mesmo um belo filme.'' (***** Inácio Araujo *****) - DirectorHal AshbyStarsDavid CarradineRonny CoxMelinda DillonThe early life of Woody Guthrie as a vagabond folk singer.*****
''Os EUA conheceram duas décadas de esquerdismo triunfante, digamos assim: os anos 1930, da Grande Depressão, e os 1970, do Vietnã e adjacências. Nada mais normal que em 1976 fosse evocada em filme a figura de Woody Guthrie, nome central da música folk americana. "Essa Terra É Minha", sem ser indigno, é um desses filmes que valem mais pelo personagem. Ali está Guthrie em seu aprendizado, atravessando o país, sofrendo com intempéries, conhecendo a pobreza e recolhendo o material que faria dele o músico que foi. Talvez o mais interessante deste filme de Hal Ashby (como todos dele) esteja na percepção correta do que seus contemporâneos estavam dispostos a ver. Há uma crítica da América. Mas também percebe-se como os EUA conseguem incorporar visões críticas e trazê-las a si.'' (* Inácio Araujo *) - DirectorPedro AlmodóvarStarsLiberto RabalFrancesca NeriJavier BardemAfter leaving jail, Víctor is still in love with Elena, but she's married to the former cop -now basketball player- who became paralysed by a shot from Víctor's gun...*****
"Na trama de "Carne Trêmula" os elementos são da pior espécie. Existe ali o garoto (Riberto Rabal) que deu um tiro num policial (Javier Bardem). Esse só não ficou aleija do como joga basquete em cadeira de rodas e está casado com Elena (Francesca Neri). Ora, Elena é a mulher por quem o garoto estava e está apaixonado. E não é nada impossível que Elena corresponda a seus desejos.É desse material que Pedro Almodóvar tece seus surpreendentes melodramas. Que num momento anterior de sua carreira nos faziam rir, mas com o tempo mais e mais se tornaram graves, com seus desejos paroxísticos, contrastes berrantes. Um cinema do desejo em estado bruto, impuro, talvez aberrante. Porém irretocável: é Pedro em grande momento." (* Inácio Araujo *) - DirectorGus Van SantStarsVince VaughnAnne HecheJulianne MooreA young female embezzler arrives at the Bates Motel, which has terrible secrets of its own.*****
"Estranha e reverencial ideia a de Gus van Sant: posto diante da hipótese de um remake do clássico "Psicose" de Hitchcock, optou por fazer um "Psicose" que fosse a retomada do primeiro, plano a plano, como a dizer não se pode melhorar o que já é perfeito. Aceitemos. As mudanças, a parte a cor, são irrelevantes: apenas adaptações ao comportamento do tempo presente. Então, será difícil responder a pergunta: para que fazer algo que apenas retoma o original? Talvez para provar que, se não se pode melhorar o perfeito, pode-se bem piorar. E o resultado é esse: sem vida, sem psicose." (* Inácio Araujo *) - DirectorMike FiggisStarsNicolas CageElisabeth ShueJulian SandsBen Sanderson, a Hollywood screenwriter who lost everything because of his alcoholism, arrives in Las Vegas to drink himself to death. There, he meets and forms an uneasy friendship and non-interference pact with prostitute Sera.*****
''O que não falta a "Despedida em Las Vegas" é coragem. Porque não é fácil conduzir um filme cujo protagonista é o alcoólatra Ben Sanderson (no passado roteirista de cinema), que viaja a Las Vegas com a intenção de se atolar na bebida até morrer. É ali, no entanto, que encontra uma prostituta, Sera. Um encontro, de fato. Uma compreensão que nasce entre esses dois outsiders ou, se se quiser, malditos. É a partir daí que Mike Figgis mostra como dominar essas duas artes, a da direção e a do roteiro: com ambas, cria um fio de tensão que reterá o espectador até o fim. Algo que pode se resumir à pergunta: no que vai dar essa história toda? É claro que esta resposta está no filme, não aqui." (* Inácio Araujo *) - DirectorSpike LeeStarsDerek LukeMichael EalyLaz AlonsoSet in 1944 Italy, the story of four black American soldiers who get trapped in a Tuscan village during WWII.*****
"Há filmes que se perdem por falta do que dizer. "Milagre em Santa Anna" corre o risco de se perder por excesso do que dizer. No início temos uma ação policial: um pacato funcionário dos correios mata friamente um cliente que aparece à sua frente. Quem é esse homem? Por que fez isso? Tudo que se descobre é uma cabeça de estátua italiana, perdida desde a explosão de uma ponte, durante a Segunda Guerra Mundial. Somos então projetados, em flashback, de 1983 para 1944: Segunda Guerra, avanço dos Aliados na Itália, um batalhão de soldados negros na luta por Santa Anna, cidade da Toscana. É então que as várias linhas que desenvolve Spike Lee no roteiro de James McBride começam a se desenvolver e, não raro, se acotovelar no filme. Há o racismo dos oficiais, para começar (os soldados atravessam um rio, o que era sua missão; o oficial não acredita neles apenas por serem negros). Depois, há o conhecimento que passamos a desenvolver do grupo: o honesto Stamps, o sargento disposto a acreditar que o racismo começa a acabar; o sensual Cummings, que não leva fé nessa história de integração; o simplório Train e o porto-riquenho Negron. Negron é quem, quase 40 anos depois, será assassino. Nessa ação, Train encontra um menino traumatizado pelas ações militares e passa a protegê-lo. Levam-no à cidade, onde vive a família da bela Renata. Lá haverá alemães, de um lado, e partisans, de outro. Entre os alemães, os que não acreditam mais na luta e os que desertam. Entre os partisans, um traidor. Ufa! O filme mal começou e já temos tudo isso - resumindo bem. O plot policial desaparece (só retornará no final). O filme permanece na guerra, e na guerra Spike cria algumas sequências notáveis. Uma delas: o carro de som com a alemã que tenta fazer propaganda e seduzir os soldados negros, de maneira a que desertem. No meio de uma dolorosa travessia de um rio, isso faz um efeito, e Spike obtém uma atmosfera estranha, em que se encontram som e imagem, o interior do carro de som e o campo de batalha, os soldados americanos e os alemães. Mais adiante outro momento forte. Depois que o desinibido Cummings transa com Renata, a tensão entre Cummings e Stamps (que também a desejava) explode, feroz. Há momentos menos felizes, sobretudo quando Spike calca a mão na violência de certas cenas. O único equívoco imperdoável do filme, no entanto, talvez seja o fato de o roteiro ter sido escrito pelo autor do romance, o que resulta num excesso de questões. Ainda assim, esse tipo de problema é preferível à insuficiência de ideias quase crônica da maior parte dos filmes em cartaz atualmente." (* Inácio Araujo *) - DirectorAnthony MannCharles WaltersStarsGlenn FordMaria SchellAnne BaxterThe Oklahoma Land Run of April 1889 sets the stage for an epic saga of a frontier adventurer, his wife and family and their friends.*****
"O que Yancy Cravet tem em particular é o fato de aliar o idealismo ao espírito de aventura. Ele possui os dois em alta escala em "Cimarron". Cravet é capaz de, na corrida por um pedaço de terra em Oklahoma, conquistar o melhor terreno e, com a mesma desenvoltura, cedê-lo. Troca-lo por um jornal. O que, diga-se, não é capaz de impedi-lo de lutar por justiça com revólver em punho (afinal, estamos num faroeste). Mas a estabilidade tanto quanto a convivência com o mundo oficial parecem incomodá-lo mais que tudo. É isso que deixará furiosa sua mulher, que aspira a uma vida mais burguesa. A atriz que faz o papel, Maria Schell, foi tida como ponto fraco do filme. Mas não seria a personagem que a atravanca um tanto?" (* Inácio Araujo *) - DirectorStanley KubrickStarsJack NicholsonShelley DuvallDanny LloydA family heads to an isolated hotel for the winter where a sinister presence influences the father into violence, while his psychic son sees horrific forebodings from both past and future.*****
''Por que enlouquece Jack Torrance em "O Iluminado"? Será a terrível solidão do hotel onde se encerra com a mulher e filho? Claro, sem o isolamento absoluto do local não haveria nada. E o que significam esses fantasmas que irrompem em sua vida? Há ali passados que não viveu. Seria um efeito de imaginação incontrolável? Pode ser tudo isso e um pouco mais o que leva Jack a, como um personagem bíblico, perseguir loucamente a família: não se pode esquecer que o agora zelador de hotel é um escritor. O que ele escreve ao longo de sua jornada? A mulher descobrirá: uma só frase, repetida ao infinito. "O Iluminado" talvez seja, entre outras, uma metáfora da falta de inspiração." (* Inácio Araujo *) - DirectorElia KazanStarsRichard WidmarkPaul DouglasBarbara Bel GeddesA doctor and a policeman in New Orleans have only 48 hours to locate a killer infected with pneumonic plague.*****
''Pânico nas Ruas" é um momento privilegiado para conhecer o cinema de Elia Kazan e sua personalidade. Ali desenvolve, antes ainda de ser molestado pela Caça às Bruxas, sua ideia sobre a delação necessária. Estamos em situação limite: por um navio, a peste chegou ao porto e ameaça expandir-se. Qual o único mecanismo capaz de impedir sua proliferação descontrolada? A delação, como veremos. Tudo aqui evoca a dificuldade de viver, a estreita margem de manobra do humano frente ao mundo. Kazan pensava com a própria cabeça. Isso lhe custaria um preço enorme em troca de uma bela obra, que teria como ponto de chegada O Último Magnata.'' (* Inácio Araujo *) - DirectorHoward HawksStarsKatharine HepburnCary GrantCharles RugglesWhile trying to secure a $1 million donation for his museum, a befuddled paleontologist is pursued by a flighty and often irritating heiress and her pet leopard, Baby.*****
''Nos 105 anos da atriz Katharine Hepburn, a ocasião de mostrar alguns se seus filmes mais notáveis, caso de "Levada da Breca" e Núpcias de Escândalos. O primeiro é um prodígio da chamada comédia maluca (screwball comedy). Narra a história de uma garota que envolve um distraído cientista nas mais extravagantes aventuras. O segundo é uma comédia sofisticada em que a separação do casal segue-se ensaio de um novo romance (entre ambos, claro). Nos dois casos, Hepburm está acompanhada pelo ator Cary Grant. Os diretores são, respectivamente, Howard Hawks e George Cukor. Como pretender mais de uma tarde de sexta?'' (* Inácio Araujo *)
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''Como saber que "Levada da Breca" é um dos grandes filmes de todos os tempos? Simples: basta vê-lo umas quatro vezes. Será difícil não perceber que, a cada vez, rimos mais. Não porque gostamos de repetições, nada disso. E sim porque mais coisas parecem se mostrar na história da garota maluquinha que irrompe na vida de um cientista. Ao terminar o filme podemos perguntar: mas o que esse filme conta mesmo? E a resposta é essa: a rigor, nada. Não há história a contar. No entanto, não tiramos os olhos da tela, esperamos pelo que virá com ansiedade... É tão estranha (e única) quanto fascinante a arte de Howard Hawks: nada para melhor refletir sobre homens, mulheres, cientistas, animais, evolução etc.'' (** Inácio Araujo **) - DirectorRobert AltmanStarsRobin WilliamsShelley DuvallRay WalstonThe adventures of the famous sailor man and his friends in the seaside town of Sweethaven.*****
''Robin Williams vai bem como o marinheiro Popeye, mas não se pode imaginar outra que não Shelley Duvall para fazer Olivia Palito em "Popeye", o muito rejeitado filme de Robert Altman, que vi com prazer há uns bons anos, em grande parte devido à escolha (e ao desempenho) dos atores, mas também porque a adaptação da aventuras do marinheiro (feita por Jules Feiffer) me pareceu graciosa e fiel ao espírito do original. Não sei como terá envelhecido esse filme de 1980, mas vale uma espiada, em todo caso.'' (* Inácio Araujo *)
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''Se existe um filme de Robert Altman objeto de desprezo este é "Popeye". Pessoalmente, eu o colocaria na galeria dos subvalorizados. Isso porque é difícil um personagem de animação dar certo quando passa a atores de carne e osso. Ora, Robin Williams está perfeito como o velho marinheiro e não há ninguém melhor que Shelley Duvall para dar carne e osso (muito mais osso) a Olivia Palito. No filme, os dois se conhecem e se apaixonam, claro. E Popeye enfrentará seu velho inimigo Brutus, também indispensável. Pode-se apreciar, ainda, fotografia de Giuseppe Rotunno e roteiro de Jules Feiffer, bastante fiel à saga já célebre - que não exclui nem as baixezas de Brutus nem sua queda por Olivia e, menos ainda, a força que o espinafre dá a Popeye -, e Altman deu-lhe uma forma cinematográfica de acordo.'' (** Inácio Araujo **) - DirectorAki KaurismäkiStarsAndré WilmsBlondin MiguelJean-Pierre DarroussinWhen an African boy arrives by cargo ship in the port city of Le Havre, an aging shoe shiner takes pity on the child and welcomes him into his home.*****
''Mais que um filme recente, "O Porto é um filme atual, pois gira em torno de um garoto africano encontrando num contêiner no porto de Le Haver. E, claro, existe a polícia de olho no menino, pois para ela o que conta é a presença de um imigrante ilegal em solo europeu (francês, no caso). Mas o filme terá por protagonista um disiludido Marcdel Marx (André Wilms), ex-escritor que se exillou no Havre, onde é engraxate. Daí talvez seu nome: Marcel como Proust e Marx como Karl. A arte e o proletariado estão por perto. Ele ainda sofrerá com os problemas de sua mulher, Arletty (como atriz), mas sua simpática boemia levará a comunidade local a ajudá-lo. Em suma, um filme bem Kiurismaki: a defesa de uma tradição boemia, simpática e anárquica, contra o mundo novo, policial e neoliberal. Não genial, não desinteressante.'' (* Inácio Araujo *)
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''Se já era interessante quando foi feito, em 2011, que dizer de "O Porto" agora que a imigração da Ásia ou do norte da África se tornou um drama europeu (já para não dizer universal). No filme do finlandês Aki Kaurismaki, o jovem Idrissa consegue permanecer num contêiner, e escapar das garras da polícia francesa, quando o navio em que viaja chega ao porto de Le Havre. Depois que consegue entrar em território europeu, é localizado e protegido por um antigo artista, hoje engraxate. Apesar de acolhido, Idrissa enfrentará dificuldades, e não poucas. A vida, o tratamento recebido, o olhar suspeitoso do europeu, a rejeição e, sobretudo, o risco de ser deportado pela polícia estão presentes aqui.'' (** Inácio Araujo **) - DirectorEthan CoenJoel CoenStarsTommy Lee JonesJavier BardemJosh BrolinViolence and mayhem ensue after a hunter stumbles upon the aftermath of a drug deal gone wrong and over two million dollars in cash near the Rio Grande.*****
"Filmes podem enganar. A primeira visão, e também a segunda, de "Onde os Fracos Não Têm Vez" me impressionaram vivamente: o filme dos Coen parecia vibrar a cada cena e, embora a situação central (sujeito acha dinheiro que não lhe cabe e é perseguido implacavelmente) seja banal, a figura de Javier Bardem, o demoníaco perseguidor, é memorável. Com o tempo, no entanto, as virtudes se distanciaram. A memória me restitui um filme bem à moda dos Coen: reciclagem oportunista de um cinema antigo, sem nada de novo em especial a dizer. Já seu filme seguinte, a comédia Queime Depois de Ler, me impressionou muito menos, mas com o tempo cresce na lembrança e na estima, e a situação central (mulher arma um grande golpe apenas para fazer as mil plásticas a que a induz seu médico) parece dizer muito mais sobre o mundo de hoje do que o outro. É uma experiência absolutamente subjetiva, mas talvez nem tanto: quem chega hoje ao cinema mal pode acreditar no prestígio que um dia teve William Wyler e nem desconfia que Hitchcock era, para todos os efeitos, só um cineasta comercial. Hoje a publicidade é agressiva na busca da mitificação de autores. Mas muita água vai rolar antes que saibamos qual o lugar dos Coen nessa história (a do cinema)." (* Inácio Araujo *)
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''Desde pelo menos os anos 1980, a referência principal das imagens não é mais a realidade, mas as próprias imagens. É isso, no mais, que o público espera. É isso que funda, em boa parte, o cinema dos irmãos Coen. Em "Onde os Fracos Não Têm Vez", um homem se apossa de grande quantia em dinheiro, sem saber que pertence a mafiosos. Esses reagem e vão atrás. Nada, até aqui, destoa dos clichês mais batidos. Mas algo precisa acontecer de diferente. E isso é a intervenção de um xerife. Sintomaticamente, o ator é Tommy Lee Jones, famoso por ser durão. É outra imagem manjada que entra na roda. Mas o xerife logo descobrirá que a velha equação mudou: a lei é frágil diante da enormidade das atividades criminais. O mundo do clichê entra em campo, mas é quando se desvia que o filme ganha força e sentido.'' (** Inácio Araujo **) - DirectorMichael HanekeStarsJean-Louis TrintignantEmmanuelle RivaIsabelle HuppertGeorges and Anne are an octogenarian couple. They are cultivated, retired music teachers. Their daughter, also a musician, lives in Britain with her family. One day, Anne has a stroke, and the couple's bond of love is severely tested.*****
''Há coisas de que eu não gosto em "Amor", o filme de Michael Haneke. São poucas, embora fundamentais, como o final. Mas há várias coisas de que gosto. O começo, por exemplo, quando o casal de velhinhos volta do teatro de ônibus. É algo que nos ensina, numa só imagem, como a cultura europeia não se conforma em mimar a classe média, como aqui. Gosto também, imensamente, dos atores: Emmanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant estão (e são) sensacionais. Mas os gestos amorosos e o cuidado de um pelo outro me parecem distantes do habitual no cinema de Haneke, pois evocam o melhor do humano, e não, como é de seu costume, o pior. Enfim, um filme muito talentoso (é inegável o talento do cineasta austríaco de formação, embora alemão por nascimento) e agradável." (* Inácio Araujo *)
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"Amor" é um filme enigmático. Ali estão dois idosos, Trintignant e Emmanuelle Riva (ou Georges e Anne) que vivem um para o outro, cuidam-se. É quase impossível deixar de indagar: desde quando as coisas são assim? Trata-se, é evidente, de dois solitários, mas por que seria assim? Os amigos já morreram ou nunca tiveram amigos? Existe algo de bem francês nesse casal: a autossuficiência, as ligações familiares sumárias etc. É certo que, por uma vez, Michael Haneke trabalha mais com as afinidades, com aquilo que aproxima as pessoas do que com o que as distancia. Mesmo assim, ele nos deixa curiosos sobre quem foram. Sabemos apenas quem são: pessoas que se aproximam do fim. Existe algo de mórbido em Haneke.'' (** Inácio Araujo **) - DirectorMichael CiminoStarsKris KristoffersonChristopher WalkenJohn HurtDuring the Johnson County War in 1890 Wyoming, a sheriff born into wealth does his best to protect immigrant farmers from rich cattle interests.*****
''Não se conhece em Hollywood maior exemplo de fracasso do que "O Portal do Paraíso". Estourou o orçamento várias vezes, não rendeu um tostão furado, levou a United Artists à falência e enterrou viva a carreira então promissora do diretor Michael Cimino. Sabe-se que se trata de um faroeste ambientado no Wyoming, por volta de 1890, envolvendo conflitos com imigrantes. Sabe-se que não é dos mais movimentados, mas que é, em compensação, belíssimo.Por que voltar a ele? Porque um Tribunal de Contas agora quer saber da viabilidade dos projetos cinematográficos financiados com recursos estatais (como renúncia fiscal). Pode ser ou não um gesto de censura. O certo é que essa história não acaba por aqui." (* Inácio Araujo *) - DirectorFrançois OzonStarsRomola GaraiSam NeillLucy RussellThe rise and fall of a young eccentric British writer, in the early 20th century.*****
"O primeiro espanto chega cedo, ainda nos créditos: "Angel" é a adaptação de um romance de Elizabeth Taylor. Não a atriz, mas uma escritora inglesa. Durante todo o filme, no entanto, é da atriz que nos lembraremos, pois é ao cinema dos anos 40/50, às produções da Metro e ao technicolor que somos remetidos. Tudo, em particular a música e a direção de arte, carregam esse esforço explícito de fazer à maneira de.A opção maneirista faz sentido, já que se trata, num primeiro nível, de relatar a vida de Angel Deverell, jovem pobre da Inglaterra que vira da noite para o dia um fenômeno literário tipo Paulo Coelho nos anos que antecedem a Primeira Guerra. Angel é um caráter forte: diz o que pensa, vai atrás do que quer, nunca recua. O sucesso precoce premiará sua imaginação fértil e romântica, mas em que a intuição supera o trabalho intelectual. Suas qualidades a levarão a possuir Paradise, a propriedade que ambicionara na infância, e a casar com Ermé, o homem que deseja. Já dá para notar a proximidade entre essa história e certas antigas produções hollywoodianas. Daqui por diante, talvez seja o caso de acentuar as diferenças, o que faz de "Angel" um filme, afinal, contemporâneo. Angel Deverell tem o lado autista acentuado. Como percebe Ermé, ela faz sucesso porque se relaciona consigo mesma, não com seus leitores. O tempo mostrará que Angel só vê e aceita o mundo como extensão de seus desejos. Esse jeito Scarlett O'Hara levará Ozon a acentuar o lado melodrama romântico de "Angel" e propiciará uma descrição original da vida inglesa no início do século, em contraste com a reconstituição de época convencional dos filmes de costumes britânicos. O interesse do filme, porém, não vem daí, mas do tipo de vida dupla que leva Angel Deverell. Como a imaginação determina seu sucesso e, em grande medida, seu destino, há aí uma incidência do mundo imaginário sobre o real. O mundo de sonhos que nos prometiam os filmes de Hollywood (por duas horas) é aquele em que Angel viverá em tempo integral. Está certo que, mais tarde, ela poderá perguntar se viveu o real ou o imaginário. De certa forma é o que o filme diz: talvez a vida não seja mais que um sonho. Pode ser que a idéia reproduza mais o conformismo hollywoodiano que as questões com que um Borges duplicava a percepção do mundo, mas é levada com convicção -e rende duas horas de entretenimento." (* Inácio Araujo *) - DirectorPeter MacDonaldStarsSylvester StalloneRichard CrennaMarc de JongeRambo mounts a one-man mission to rescue his friend Colonel Trautman from the clutches of the formidable invading Soviet forces in Afghanistan.*****
''É preciso separar as coisas: o Rambo de que se fala mal não é o primeiro. Na maratona que hoje propõe o TCM é em Rambo 2 - A Missão que o carro começa a descarrilhar, em vista de um nacionalismo que passa francamente da conta. Aqui, ainda, admita-se, existe o princípio da volta ao exército justificando a volta ao Vietnã. Em "Rambo 3" as coisas saem do trilho de vez. Rambo vira super-herói e, para resumir, ganha a Guerra do Vietnã meio que sozinho. Mas é o primeiro Rambo - Programado para Matar o mais humano e honesto: trata da difícil adaptação de um soldado à vida civil ao voltar do front, mais ainda em vista do descaso geral em relação aos que fizeram uma guerra, afinal, bem impopular." (* Inácio Araujo *) - DirectorThomas CarterStarsSamuel L. JacksonRick GonzalezRobert Ri'chardControversy surrounds high school basketball coach Ken Carter after he benches his entire team for breaking their academic contract with him."Crescer não é fácil. E, apesar de todas as liberdades que os tempos recentes concedem aos adolescentes, a primeira vez continua a ser um dos momentos mais solitários da vida - apesar da companhia.No caso da comédia American Pie são vários os rapazes que batalham para, antes da formatura no colégio, perder a virgindade. Crescer é também o problema de "Coach Carter - Treino Para Vida". No caso deste filme sem mítica em torno dele, mas bem interessante, temos um técnico de basquete empenhado em fazer com que seus jogadores - do colegial em uma escola pública - consigam superar as deficiências do meio (e da escola) e se tornem bons cidadãos, mais que bons jogadores." (* Inácio Araujo *)