7/10
Um medicamento experimental com resultados em 73 minutos de ilusão
17 March 2010
Warning: Spoilers
Neste filme onde pouco é o parece, o espectador é por diversas vezes ludibriado, isto num bom sentido, uma vez que o que pretende quem se senta na cadeira é um mar de surpresas e sensações. De facto, o argumento deste thriller psicológico a roçar o género terrorífico é construído a partir de um conjunto de ilusões que mais não são do que a transposição para o ecrã de toda uma vivência do ser humano quando medicado com uma determinada droga experimental, cuja aplicação em humanos era absolutamente proibida, dados os maus resultados dos testes laboratoriais efectuados em ratos.

O fármaco foi auto-aplicado na pouco ética Dra. Samantha com o intuito de parar o desenvolvimento de um tumor cerebral maligno, contudo, esta médica trintona que desenvolvia trabalhos na área do controlo comportamental, entra num ciclone de ideias e, quando confrontada com uma situação de stress emocional, perde o controlo por completo. A partir daqui cresce todo um historial de violência…

Destaque para uma realização arrojada de Paul Fox naquele que é o seu maior sucesso até à data (03/2010), apresentando-nos excelentes planos e imagens contagiantes (especialmente as exteriores com neve). O departamento de arte, bem como o de afeitos especiais e o de caracterização também trabalharam muito bem, proporcionando uma boa contextualização das partes mais terroríficas, como aquela em que a actriz principal corta o seu próprio dedo mindinho com um alicate comum.

Desempenhos agradáveis de um leque de actores de segundo plano (Kate Greenhouse sobressai no papel principal), bem como boa cinematografia e locais de filmagem cativantes (Ontário, Canada), completam este filme que apenas deixa a desejar em termos de banda sonora e sonorização. No âmbito geral é um filme que merece ser visto, até porque não demora mais de 73 minutos úteis e tem como bandeira uma séria de títulos internacionais, como o de melhor argumento canadiano (para o desconhecido Wil Zmak) e o de melhor filme no Festival de Cinema Terrorífico realizado em Nova York.

A ver de noite, num dia de neve em que o sono não permita que se opte por um filme que se prolongue. É capaz de o manter desperto por mais tempo do que o necessário; corre sempre esse risco!
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